arejado num lugar fechado, um
quarto. porque é feito em quarto e sala ao mesmo tempo o tempo aqui dá voltas
em poucos passos. uma coreografia cuidadosa, de poucos movimentos. em dias de
quarentena, onde o abismo no nosso caminho extrapola abstrações; quando a
imaginação faz cotidiano, faz mais, compõe as listas de coisas para fazer. ruídos
discretos da casa em amanhecer. chinelos, chaleiras, detalhes fortuitos; contatos,
chiados, esquecimentos. cumprimentos, protocolos, superfícies. coisas de manhãs
e do fino arranjo de extravagâncias diárias. esse quarto de segundo andar é um
barco bem assentado na terra, atravessado de ar. desaguando.
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Assinar:
Postagens (Atom)