os textos são mirrados. e os discos fragmentados em duas dúzias de arquivos, de onde chegam três ou quatro pra arquivos pessoais objetivos e pouco pacienciosos. não faz sentido o que transpõe o instantâneo. os outros por aí fazem coisas lindas contanto que se tenha paciência, contanto que seja breve, porque se houve a vitória de ficar mais que sabendo, se houve a vitória de presenciar alguma coisa, pode ser lá genial. “genial”, disse o paciencioso que presenciou a apresentação inteira. pode-se abreviar o noites do norte, que já é uma abreviação, na lembrança de zumbi. abreviar o cinema transcendental na oração do tempo. tambong e não é céu. e assim mesmo valeu, genial. e ainda tem a continuação, que vira link, todo o resto do disco.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
do terceiro ao quinto
mário borba - do terceiro ao quinto
terça-feira, 26 de maio de 2009
contexto
caetano cantava no rádio, a todo volume, e era o que matava o silêncio tão previsto e anunciado. tentamos novas tentativas. tentamos tantas vezes, perdemos tantas vezes. e nos nuances de tantas idas e vindas me via crescendo também, além de mim, ou vivendo, aqui ou ali, mais que antes. e de novo, mais que antes. mesmo sem saber, mas sabendo muito bem o que estava sendo executado no piloto automático pela enésima vez. o carro sabia o caminho de cor. sem remorso ele nos conduzia, anestesiados, digerindo. e eu não pensava no que foi, no que seria, no Transa do caetano, eu pensava no caminho e nas cascas. que já caíam no carro, as que já estariam soltas das paredes do quarto, da sala, de todas as construções reconstruídas tantas e tantas vezes. voava já. quis chegar em casa de uma vez e me ver me espreguiçando no meio de tudo aquilo, daí pensei no óbvio. não estaria eu com vassouras e sacolas pensando nas coisas fora de contexto, eu, que não elejo mais contextos há muito tempo.
sábado, 23 de maio de 2009
disposição
já estava frio o metal da fechadura que ele tateava ansioso por entrar, na casa, a dele, por uns dias. passaram horas que enquanto gelavam o metal marearam o clima do cair da tarde ao quase amanhecer. pensando coisas vagas da topografia da cidade acompanhava absorto o movimento desperto dos pescadores puxando o barco. abriu a porta, cansado, pensando na delícia de um chimarrão. a ausência de erva, cuia e derivados, a disposição minimalista das coisas, a estranheza da porta e a simplicidade do banheiro sustentavam uma sensação esquisita, de, ainda, não estar em casa.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
o despertar
era outro, olhando o chão exatamente como ficava, umas marcas a mais na superfície-pó, e o pó na superfície, torpor. desvelado qualquer resquício de rotina: malícia, surpresa e torpor. iscas sinuosas em cordas de rodas, nada muito sério, todo o esplendor em belezas espontâneas, em todo lugar. sem tempo, sem fichas pra cair, e uma consciência que emerge em viagens inconstantes. absorto, adivinha novas pegadas no pó da superfície. e desperta.